Um reloginho biológico faz parte do funcionamento normal de todos os organismos vivos, em relação ao tempo e como se adaptam ao vaivém diário da luz do sol e da escuridão da noite.
Em todas as espécies, há fenômenos que se repetem de tempos em tempos com a regularidade de um relógio ou calendário.
Exemplo: o calor se alterna com o frio, a chuva substitui a seca, as plantas em certas épocas germinam, em outras desabrocham, em outras perdem suas folhas.
As plantas reservam para a fotossíntese os horários em que a luz é ideal.
As abelhas deixam seus voos para os horários em que luz e as flores liberam mais pólen, algo que elas percebem pela diferença na luminosidade do ambiente.
Os animais migram em certos meses, em outros se acasalam.
Os seres humanos também entram na dança dos ritmos biológicos
Todas as pessoas tem noção dos seus ritmos no andamento da vida pessoal e em sociedade, mas poucas percebem a rotina interna do organismo, onde cada função tem um ritmo próprio, como por exemplo momentos da vida em que nos sentimos mais dispostos e outros em que ficamos até mais vulneráveis a doenças, segundo os cientistas.
Portanto, não devemos nos ver como máquinas que funcionam sempre de forma igual e a qualquer momento.
Esse mecanismo interno do corpo humano determina o controle da temperatura corpórea e a liberação de hormônios e enzimas digestivas.
Em 1911, o zoológico austríaco Karl Frisch descobriu que todo esse processo é regido pela luz ou pela escuridão do ambiente, percebida por alguma parte profunda do cérebro.
No final dos anos 1950 esse assunto tornou-se internacionalmente conhecido como um estudo científico chamado de cronobiologia.
A cronobiologia é dedicada ao estudo dos organismos em relação ao tempo, e de como os organismos vivos se comportam e desenvolvem ritmos de vida para adaptar-se à luz do dia e à escuridão da noite.
O tempo que conta realmente para o organismo é definido pelos movimentos da Terra em torno de si mesma e em torno do Sol.
Existe um relógio biológico dentro de nós
O estado de saúde de uma pessoa depende do seu ritmo biológico adequado. Respeitar esse ritmo é essencial para o bom desempenho físico, mental e intelectual.
Ao mesmo tempo, existem ritmos que determinam quando necessitamos de descanso.
Vamos desacelerar?
Cientistas associam o descanso com a saúde e a longevidade.
A Bíblia já indicava o descanso sagrado.
“Assim foram acabados os céus e a terra.
Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do trabalho.
Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia repousará toda a obra da criação” (Gênese 2, 1).
Lidando com as alterações no período de 24 horas
Os períodos de 24 horas (os dias e as noites) desencadeiam reações metabólicas e nos sujeitam a sentirmos fome ou sono, ativando o período de maior disposição e até de maior tristeza.
Geralmente as pessoas acordam de bom humor, bem dispostas, mas isso vai mudando à medida que o dia passa, e a curva só volta a aumentar à noite, perto da hora de dormir.
Percebemos que nos dias atuais a qualidade das emoções de alegria está sendo cada vez mais exigida; o importante é não se deixar levar, mas saber como se relacionar conosco mesmos, e consequentemente com as pessoas que conosco convivem.
Como é controlado o relógio biológico?
Assim como há um ciclo de batidas do coração, o corpo é dirigido por um conjunto de ritmos que variam ao longo do dia.
O relógio biológico é controlado por uma estrutura nervosa no cérebro localizada no hipotálamo, que marca todas as funções do organismo na duração do dia.
O corpo segue horários por um relógio interno que emite sinais – por isso percebemos a hora de se alimentar, de dormir, de acordar.
Todos têm seu relógio biológico com um ajuste peculiar; algumas pessoas são mais diurnas, e outras mais noturnas.
Há pessoas que funcionam melhor de dia, outras são mais ativas e estão mais despertas durante a noite.
Embora isso ocorra, especialistas dizem que os seres humanos estão projetados para funcionar mais ativamente nas horas de luz, e para descansar nas horas em que não há sol.
Não esqueça que a privação das horas de sono torna-se um problema a longo prazo e pode resultar em distúrbios crônicos de saúde.
Pessoas que trabalham no período noturno, ou ficam acordadas por causa de pressões sociais, estão sujeitas à desordem do sono, que traz problemas neurológicos, cardiovasculares e endócrinos.
As pessoas que fazem isso dormem geralmente menos horas e expõem-se menos à luz do dia e ao sol. Isso pode gerar problemas como a menor fixação de cálcio, comprometendo a saúde.
À luz do dia
- Entre 5h e 7h da manhã:
Horário excelente para acordar e esvaziar os intestinos.
- Entre 7h e 9h:
Café da manhã: o organismo está pronto para absorver e digerir os alimentos.
Para os que não tem hábito de fazer uma refeição nesse horário, realizá-la entre 9h e 10h.
- Entre 9h e 13h:
Atividade intensa do organismo; com maior nível de açúcar no sangue, o corpo se encontra cheio de energia.
- Entre 13h e 14h:
Almoço: o aparelho digestivo está pronto para a digestão.
- Às 14h:
O corpo perde energia e precisa de um repouso para se recarregar.
- Entre 16h e 17h:
A flexibilidade e os reflexos aumentam; bom para se exercitar.
- Às 18h:
A melatonina (hormônio que regula o sono) invade progressivamente o corpo.
Quando a noite está chegando, há uma elevação desse hormônio, com variações de temperatura corporal e diminuição da glicose, entre outras reações.
- Entre 19h e 21h:
Nesse horário a glândula pineal do cérebro libera a maior quantidade de melatonina.
Quando esse hormônio é liberado, é o sinal de que o corpo precisa descansar.
Nessa hora chega o pico do sono.
Dormir e acordar tarde interrompe o ritmo de desintoxicação do organismo.
Escuridão da noite
Eliminação de químicos e tóxicos que prejudicam o organismo.
- Entre 21h e 23h:
O corpo realiza a desintoxicação da vesícula biliar, o que deve acontecer em estado de sono profundo.
- Da meia-noite às 4h:
A medula óssea está produzindo sangue e anticorpos.
Madrugada
- Entre 1h e 3h:
Desintoxicação do fígado em estado de sono profundo.
- Entre 3h e 5h:
Desintoxicação dos pulmões; se houver tosse, não impedir esse processo.
Fazemos o possível para seguir o ritmo biológico natural?
Muitos fatores podem levar à insônia ou a dormir melhor. A alimentação é um deles.
O corpo gastará mais energia para digerir alimentos pesados e gordurosos, como pizza e carnes.
Estimulantes que contêm cafeína também atrapalham: chá mate, chá preto, chá verde, café, refrigerante; além de chocolate, castanhas, nozes, amendoim…
Prepare-se para uma boa noite de sono
Não tome café muitas vezes ao longo do dia, principalmente no final da tarde.
Podem fazer parte do jantar: grão de bico, soja, couve (como fonte de magnésio, trabalham o relaxamento muscular e ajudam o corpo a liberar as tensões do dia a dia).
Leite, queijo magro, iogurte, alface, banana, maçã, chás… Mais ou menos 30 minutos antes de dormir.
Banana aquecida e amassada com canela.
Chá de alface, camomila, erva doce, capim cidreira…
Um copo de leite quente, com uma colherinha de canela em pó faz muito bem antes de dormir (a canela é um dosador insulínico e evita que a taxa de açúcar do sangue se eleve).
Depois das 20h, nenhum alimento deve ser ingerido. Isso ajuda o corpo processar a glicose de forma eficaz e regula a produção de insulina.
Dormir bem ajuda no humor! E o bom humor ajuda a viver melhor consigo mesmo e com o próximo!
Abraços,
Jane Fiorentino
O conteúdo deste post é de inteira responsabilidade do autor. – escrito por Jane Fiorentino.