É preciso deixar que as crianças sejam crianças!
A melhor maneira de proteger a infância é dizer “não” para as diretrizes que a sociedade pretende impor.
Gradualmente, ela foi corroendo as qualidades que tornam o período da infância algo mágico. Alguns psicólogos se referem a esse fenômeno como “a guerra contra a infância”.
Basta pensar que, nas últimas décadas, as crianças perderam 12 horas por semana de tempo livre.
Mesmo as escolas e jardins da infância assumiram uma orientação mais voltada ao “ensino acadêmico”.
O professor e conselheiro Kim Payne simplificou a vida de crianças diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção: depois de apenas 4 meses, para 68% desses pequeninos houve um aumento em suas habilidades cognitivas, um efeito que não poderia coincidir com a medicação prescrita, a ritalina.
Tais resultados foram realmente reveladores e também um pouco assustadores, porque nos fazem pensar se estamos criando um ambiente saudável mental e emocional a nossos filhos…
O professor, no início de sua carreira, trabalhou como voluntário em campos de refugiados, onde teve que lidar com crianças que sofriam de estresse pós-traumático.
Constatou que essas crianças se mostravam hiperativas, nervosas, ansiosas e amedrontadas, como se pressentissem que algo ruim fosse acontecer; depois, percebeu que as crianças que precisavam de sua ajuda na escola mostravam os mesmos comportamentos que as que vinham de países em guerra.
O professor considera que as crianças em nossa sociedade, apesar de estarem seguras fisicamente, vivem em um ambiente semelhante ao produzido em áreas de conflito armado, como se suas vidas estivessem em perigo.
A exposição a muitos estímulos provoca um estresse acumulado que obriga as crianças a desenvolverem algo que as façam se sentir mais seguras, com óbvias consequências negativas.
Na realidade, as crianças de hoje estão expostas a um quantidade de informações que não são capazes de processar, e são forçadas a um crescimento rápido fora da realidade infantil.
Os pais com um modelo de educação superprotetora forçam os filhos a participar de inúmeras atividades, para que na idade adulta estejam “bem na vida”.
Além disso, enchem seus quartos com livros, dispositivos eletrônicos e brinquedos.
Como resultado, elas brincam “superficialmente”, perdendo rapidamente o interesse nos brinquedos e no ambiente.
Quando o muito se transforma em “demais”
Payne ressalta os quatro pilares do excesso:
– Excesso de coisas
Simplifique o ambiente, com menos brinquedos e apenas os adequados para cada criança.
– Excesso de opções
Muitas opções acabam corroendo a liberdade de descoberta.
– Excesso de informações
Reduza os eletrônicos, e garanta que sejam compreensíveis e adequados para cada idade.
– Excesso de rapidez
Quando as crianças estão sobrecarregadas, elas não têm tempo para refletir e liberar suas tensões.
– A melhor maneira de proteger o equilíbrio mental e emocional é educar as crianças na simplicidade. Não encha as crianças de atividades extracurriculares, que a longo prazo não vão ajudá-las em nada!
– Deixe-lhes tempo livre para brincar, de preferência com outras crianças, ou em jogos que estimulem a criatividade.
Jogos estruturados deixam a criança menos criativa para criar suas próprias brincadeiras.
Psicólogos têm notado que a maneira moderna de jogar gera ansiedade e depressão. Obviamente não é apenas o jogo, mas também a falta de tempo livre para a criança.
– Passar um tempo de qualidade com elas é o melhor presente que os pais podem dar.
– Crie um espaço tranquilo em suas vidas, para onde elas podem aliviar o estresse diário.
– Garanta tempo suficiente de sono e descanso.
O cérebro imaturo da criança é incapaz de acompanhar o ritmo imposto pela nova educação. O fluxo constante de informações forçam-na a um crescimento mais rápido, já que as expectativas adultos as fazem assumir papéis que não condizem com a realidade infantil.
Deixem que elas seja simplesmente crianças.
Reduza as expectativas sobre elas.
Lembre-se que elas têm a vida inteira pela frente até se tornarem adultos; então, permita que vivam como crianças.
Abraços,
Jane Fiorentino
Texto com informações do site Rincon de la Psicologia.
O conteúdo deste post é de inteira responsabilidade do autor. – escrito por Jane Fiorentino.